terça-feira, 29 de julho de 2014

Monday, Monday...

Clarice Lispector disse num dos seus livros: “a liberdade sou eu diante das coisas”. Ela sabia muito bem como as histórias da vida são cheias de paixões das mais cruas e pungentes que contemplam e se adornam de nossas ações mais nobres até as mais miseráveis. Qualquer coisa que façamos movidos por paixão ou outro sentimento qualquer fazemos sempre como um ato de liberdade.

Foi assim que comecei aquele sábado:

Na noite anterior como havia dormido tarde e o frio estava intenso na cidade ­- tendo em vista que São Paulo é bipolar no seu clima no dia a dia - mas desta vez estava frio mesmo, muito frio. Resolvi esticar um pouco mais na cama antes de sair debaixo das cobertas. Fiquei acordado, com os olhos fechados tentando controlar o fluxo de pensamentos sobre o que teria de fazer naquele final de semana. A enxurrada de pensamentos tinha diversas pautas desde onde almoçar até como seria o torneio de golf daquele final de semana no clube campestre. Pensava ainda nos negócios e nas mulheres que estavam se ausentando e se fazendo presentes na minha vida. Nenhum pensamento era conclusivo, eram apenas pensamentos desordenados e infestados de alguma espécie de acerto de contas com a própria consciência. Naquela manhã eu tinha acordado um tanto reflexivo por assim dizer.

Quando resolvi me levantar fui checar telefonemas perdidos no celular e mensagens em redes sociais. Não tinha nada de novo além de bate bocas em debates de internet, mensagens de amigos e ligações não atendidas propositalmente no celular. A única coisa que mereceu destaque foi uma mensagem da Bia dizendo alguma coisa de irrelevante sobre o nosso inusitado encontro na noite anterior. Naquela manhã eu não sabia ainda que no dia seguinte ela iria surtar e fazer seu possível novo amor passar por algo que nem eu mesmo –  na época que éramos casados –  havia testemunhado nas crises depressivas que ela havia tido antes. Como não sabia disso ainda, nem poderia prever, fui tomar banho e seguir o meu destino. Me afundei na hidromassagem borbulhante como se fosse um nobre fidalgo dos tempos modernos. Fiquei quase uma hora ali mergulhado lendo um livro qualquer para relaxar e eis um trecho desse livro: "Uma vida completa deve ser uma que termine com uma identificação tão completa com o "não eu" que não há um "eu" para morrer". Talvez isso queira dizer que para uma vida ser completa nós não devamos viver apenas em nós mesmos. Mas sim viver também na vida dos outros. Quem sabe um dia assim, quando nossas vidas terminarem, não teremos morrido e nem sejamos esquecidos, pois nossas memórias e sentimentos não morreram nem foram esquecidas por alguém. Aquilo que semeamos na vida dos outros como um grande canteiro de afetos, desejos, sonhos e paixões será de alguma forma lembrado por alguém - não importa quem - quando não estivermos mais aqui.

Saí daquela banheira de corpo e alma lavados com este pensamento. Depois dum desjejum rico em fibras e vitaminas me mandei para o clube orientar meu pupilo William que seria quem iria disputar o torneio. Ao chegar lá fui recepcionado pelo pai dele um velho empresário setentão magro e falante que parecia mais avó do que pai do garoto. Junto dele estava a namorada dele – de William não a do velho – Gabi. A menina parecia ser um tanto avançada e exuberante para a idade dela. Usava maquiagem excessiva e um amplo decote – apesar daquele dia frio – expondo seus seios durinhos quase totalmente. Não tinha como não fitar aqueles seios e pensar: Que garoto de sorte esse William! Foi nessa hora entre uma olhada e outra nos seios da garota que eu percebi que o meu novo look estava me favorecendo. Pois antes, já tinha encontrado com a jovem fêmea e ela nunca tinha puxado assunto comigo sobre nada. Sempre arredia e talvez me achando um barbudo ordinário que fazia seu namoradinho treinar até quase ficar sem os movimentos dos braços.

Ela desta vez estava puxando assuntos e mais assuntos como se estivesse me paquerando na maior cara dura. Aqueles seios empinados sempre estavam à minha vista como se fosse um cartão postal do paraíso dos homens bombas. De fato ela estava se insinuando mesmo. Sempre que podia deixava o velho falando sozinho e me acompanhava fazendo questão de roçar seu braço no meu e de me olhar de um jeito um tanto provocante. William como era iniciante tanto no golf como nessas coisas da vida nem notou sua namoradinha ousada dando mole, nem mesmo o velhote que estava eufórico com mais um torneio do filho. William estava tão concentrado no jogo que Gabi poderia me beijar na boca que ele nem daria a atenção. Bom pra ele e ruim pra mim, pois a garota estava mexendo com o meu juízo, e se pudesse faria amor com ela no green sem pensar duas vezes.

Quando o torneio começou deixei de lado os seios e flertes com Gabi e me concentrei no campo, no vento, e nos swings de William . A tarde estava sem vento e isso ajudava e muito o meu jogador a fazer muitas aproximações com precisão. Conseguimos chegar ao final da rodada em segundo lugar deixando para o próximo dia a possibilidade do título em aberto. Após o jogo fizemos um lanche e conversamos sobre as tacadas do dia, depois disso cada um seguiu seu rumo. Voltei para casa e mais uma vez fui checar mensagens. Dessa vez havia uma da minha irmã me solicitando receber minha sobrinha e seu namorado que iriam chegar de viagem naquele dia. Seria bom receber alguém da família em casa naquele dia, pois seria uma distração para minha mente que estava cheia de tantos pensamentos aleatórios. Assim que eles chegaram jantamos juntos e ficamos conversando longamente sobre a viagem deles para o México. O casal de pombinhos tinha ido comemorar três anos de namoro em grande estilo. Isso me recordou da lua de mel com Bia em Cancun também.  

Findo o jantar eles foram descansar e eu fui para o meu gabinete fazer a rotineira rodada de telefonemas e bate papos. Fiquei umas duas horas conversando com Ágatha que estava viajando com as meninas. Colocamos nossa conversa em dia e marcamos de nos encontrar no aeroporto quando elas retornassem. Ágatha estava diferente depois do episódio sobre a paternidade de Ingrid. Ela parecia querer recuperar o tempo perdido e tinha deixado de lado algumas de suas atitudes comedidas e recatadas. Estava desde a viagem do Rio de certa forma se insinuando de alguma forma para mim. Ela tinha terminado o namoro com aquele sujeito e parecia que estar disposta a começar uma nova fase na vida dela. Essa mudança repentina do comportamento dela não fazia muito sentido de imediato, pois parecia que ela tinha mudado da água para o vinho. Aos poucos notei que ela sempre em nossas últimas conversas colocava frases como “se nós tivéssemos ficados juntos” – “se nós não tivéssemos nos casado com outras pessoas” etc. Essas frases pareciam indicar que a nossa relação não foi aquela que ela havia esperado tanto tempo atrás. Fiquei intrigado com aquilo e Ágatha passou a tomar conta do meu pensamento duma forma nova um pouco tentadora depois dessas conversas. Teria que esperar ela voltar para ter certeza do que ela queria dizer com tudo aquilo e quem sabe eu e ela poderíamos nos entender agora duma nova forma também, visto que no passado as coisas fugiram de nosso controle totalmente. Não descartava essa hipótese, pois mesmo não estando apaixonado por ela naquele momento eu tinha por ela uma grande estima e atração.

Micaela também deu o ar da graça depois disso. Ela tinha acabado de chegar duma balada e falou rapidamente comigo. Aproveitei e a convidei para ir ao torneio de golf no dia seguinte e ela disse que iria, mas acabou não indo alegando um imprevisto. Na calada da noite ainda levei um papo com Marise, uma amiga daquelas que você pode contar tudo e receber altos conselhos sobre como agir na vida. Ela sem dúvida era uma espécie de confessora de tudo que faço além de psicanalista de plantão a qual sempre consulto como se fosse uma espécie oráculo personalité sobre diversos assuntos. Depois de tantas conversas finalmente adormeci sem pensar em mais nada.

No dia seguinte pela manhã providenciei um mini churrasco e fiquei na companhia dos “sobrinhos” que logo iriam voltar para casa enquanto eu iria ficar mais uma tarde na companhia dos seios provocantes de Gabi. Dessa vez ela iria encobrir os seios com uma blusa de lã que parecia ter sido furtada do guarda roupas da mãe dela. Naquela tarde, tudo mudaria de rumo, a começar pelo vento. O vento daria as caras e com isso aniquilaria com todo o avanço de William conquistado no dia anterior fazendo ele perder diversas tacadas e terminar sem levar o campeonato. Aquilo foi frustrante para todos, ainda mais para o velhote. Saímos do campo arrasados, depois de estar tão perto do troféu aquilo foi o nosso 7x1; porém o pior estaria por vir para mim.

Quando chequei o celular havia diversas ligações perdidas do Dado. Não compreendi bem aquilo e retornei curioso para saber do que se tratava. A notícia não podia ser pior: Ele precisou chamar um médico para examinar Bia. Ela tinha acordado e ficado sentada estática a beira da cama. Quando Dado foi falar com ela, nada de respostas ou esboços de reações. Ela estava muda, como se estivesse num mundo paralelo pensando em algo que só ela mesma sabia. Depois de alguns instantes dessa forma, deitou-se e ficou parecendo desorientada mentalmente. Ainda sem dar uma palavra apenas olhando firme para o teto ela permaneceu assim por muito tempo até voltar a acordar novamente desorientada caminhando pela casa parecendo sem saber onde estava. Dado resolveu chamar ajuda e assim que o médico a examinou constatou que era uma espécie de crise nervosa e a sedou.

Dado começou a me ligar sem parar querendo saber se eu já tinha visto ela daquela maneira tão assustadora. Ao saber disso, saí do clube e fui direto para a casa dele ver como ela estava. Ao me atender Dado parecia ele mesmo ter passado por uma crise nervosa. Estava ainda de pijama e com os cabelos ainda sem pentear e muito agitado. Pelo que conhecia dele não era típico ele ficar daquela maneira, pois se tratava dum sujeito metódico e frio em quase tudo que fazia possivelmente devido sua ascendência alemã. Ele contou o que havia ocorrido com todos os detalhes omitidos na primeira conversa e se demonstrava preocupado e abalado com o acontecimento. Para mim não era novidade Bia acordar estranha depois voltar a dormir e ainda passar dias reclusa num quarto escuro sem querer ver ninguém. Entretanto, ela nunca tinha ficado estática e muda sem corresponder a perguntas ou perambulando pela casa daquela forma. Geralmente ela resmungava ou arrumava uma imensa confusão por questionarem como ela estava se sentindo. Na maioria dos casos o jeito era deixar ela ficar sozinha e evitar contrariá-la até voltar ao normal.

Quando cheguei em casa eu também estava tão surpreso e preocupado como Dado. Liguei o toca discos e fiquei imerso na hidromassagem tentando descobrir o que havia acontecido com Bia. Fiz um caldinho verde no jantar e não conseguia parar de pensar naquilo como se fosse um mistério intrigante. Ficava pensando no Ivan e como isso afetaria o garoto que com três anos de idade somente tinha convivido com uma mãe que muitas vezes ficava fora do ar por dias sem dar a devida atenção para ele.  Fui até o terraço e me deitei numa espécie de divã com uma manta e fiquei tomando vinho pensando naquilo tudo, ora me sentindo culpado por não ter cuidado de Bia e Ivan como poderia ter cuidado, ora tomado por preocupação de como seria o futuro deles. Cheguei a conclusão que era preciso dar tempo ao tempo para ver como as coisas iriam se desencadear depois daquele estranho episódio.

Apesar do frio ótimo para dormir o sono não chegava. Fiquei zanzando pelo apartamento até resolver sentar e pegar no violão tirar alguns acordes. Há tempos tinha deixado de estudar, estava enferrujado, e não lembrava de repertório algum. Um blues depois aquilo já tinha me enchido o saco, preferi colocar outro disco na agulha e ficar conversando com alguém que estive acordado na internet. Abri mais uma garrafa de vinho e entre uma taça e outra o sono começava a surgir, mas o pensamento indócil estava voltado para Bia e sua situação infeliz. Não tinha como pensar em outra coisa. São nessas horas que aquela pessoa que passou anos vivendo debaixo do mesmo teto está longe e você não sabe se o que fez no passado foi um erro ou um acerto. Este era o dilema. Bia não era mais a mesma e eu já nem sabia mais quem fui um dia. Estava perdendo aos poucos aquele ímpeto da juventude irracional e imatura e me tornado um cara que pensa nas consequências de seus atos em tudo que faz duma forma mais madura e serena.

A fase era propícia para fazer uma retrospectiva e balanço da vida e achar que entre acertos e erros do passado tinha vivido tudo de forma intensa e sem deixar escapar muita coisa. Já havia degustado de tudo um pouco, desde a efervescência sem limites duma adolescência rebelde até as agruras das desilusões e perdas. Estava quite com toda escola da vida pelo visto. O meu diploma poderia ser de doutorado ou mestrado, mas isso de pouco vale quando não se sabe o que vai acontecer no próximo segundo.


Foi nessa hora que o celular tocou e vi o nome de Micaela na tela. Me perguntei o que será ela iria queria comigo naquela hora? Já era quase meia noite e ela tinha me dado de certa forma um bolo não indo no jogo. Além disso, não estava com cabeça para falar com ela naquele primeiro momento.  Deixei tocar até o final, pois sabia o que viria a seguir: Uma conversa insossa pedindo desculpas mais uma vez. Nada mais nada menos que isso pelo visto e um boa noite seco que colocaria um ponto final em qualquer expectativa dela. Não seria novidade se isso acontecesse, visto que naquela hora eu precisava ficar longe de rabos de saia e tentar pensar em como resolver o problema de Bia e outros tantos na empresa. Estava decidido a ser um monge que trabalha e medita a vida sem se deixar levar pelos pecados da carne. Aquela virtude barata dos castos estava me fazendo bem apesar de sentir vontade de chupar aqueles seios durinhos de Gabi ou de passar uma noite toda nos braços de qualquer uma daquelas loiras. Seja qual fosse ela: Ágatha, Micaela, Flávia ou Juliana eram todas lindas e qualquer uma que desse brecha eu não hesitaria em pensar duas vezes.

Afinal, já eram semanas sem levar qualquer uma para cama. A fase era de introspecção e novos rumos. Talvez pudesse levar qualquer outra para cama facilmente. Desde uma adolescente furtiva que quer sair do convencional seguindo cada borbulhar dos seus hormônios ou uma vizinha jogo duro que parece ter renunciado a vida sexual pelo sucesso na carreira. Ah como fazia falta uma mulher madura e ao mesmo tempo com experiência nesses jogos de sedução. Uma mulher que soubesse falar menos e decifrar olhares e numa conversa te dissesse apenas o essencial, e depois, num gesto fatal, te colocasse aos pés dela no leito de prazer. Era essa mulher que queria naquela hora. Gabi um dia seria assim provavelmente, mas eu não estava afim de esperar ela chegar lá. Depois pensei que Micaela poderia ser esta suposta mulher...

Pensando nisso deixei de lado toda virtude monástica e seus possíveis benefícios e retornei a ligação para ela. Ela atendeu de imediato com uma voz alegre, e como já era previsto passou a pedir mais uma vez desculpas por não ter comparecido no jogo e assim começamos a conversar sobre outros assuntos revelando um ao outro como havia sido nossos finais de semana. Omiti todo caso de Bia e apenas citei o torneio e aquela derrota para o vento com riqueza de detalhes.

Meia noite e o relógio da sala ressoa. Questiono Micaela se ela não deveria estar dormindo. Ela responde que está sem sono e que a conversa está agradável. Dito isso, não tinha mais o que adiar então passei para o ataque. Logo a primeira cantada ela fica sem palavras e tudo parece já decidido. Convido ela para no dia seguinte sair jantar depois do trabalho e isso a deixa eufórica. Ela ainda declara ingenuamente que está atraída por mim também. Pronto não precisa mais nada. Agora só restava dar boa noite e esperar a hora marcada chegar. Enrolei mais um pouco entre uma taça e outra, depois de mais uma garrafa vencida era hora de dormir.



Na manhã seguinte acordei envolto num sentimento de preocupação pela situação de Bia. Fui até a casa do Dado, tomei café com eles e a conversa foi amarga e desagradável: Falar para Bia se tratar devidamente sem se deixar levar pela falsa impressão que está curada era um caminho tortuoso. Ela inventava como sempre desculpas e até ceder a consultar o médico e fazer novos exames foi um calvário. Feito isso, fui direito para o escritório um pouco mais aliviado. O dia seria cheio de reuniões e a minha concentração e conhecimentos de pormenores dos assuntos era exígua devido a falta de Aline nessas horas. Para piorar troquei algumas farpas com Marcos meu sócio de longa data logo no começo da reunião. Apesar das discussões serem comuns e o respeito entre nós ser sólido, essas discussões levavam horas ou dias para serem digeridas. Resolvi agir como pacificador e resolver tudo no ato dessa vez. Chamei ele no terraço para fumarmos e acalmamos nossos ânimos. Abri meu coração e planos para ele sobre o que estava se passando naquele momento comigo.  Ele entendeu os rolos com a Bia, Ingrid e outras coisas, e o que eu realmente tinha em mente para o futuro da empresa. Demos um abraço como sinal de paz e prosseguimos como sempre: velhos amigos grandes parceiros nos negócios depois de resolver nossos atritos sobre aquele projeto.

A reunião ainda tinha um item da pauta peculiar: a saída de Aline da empresa. Como ela deixou tudo da noite para o dia havia muita coisa ficado a encargo de outros que não tinham o mesmo conhecimento dela sobre detalhes de assuntos importantes. Devido a situação dela resolvemos colocá-la num nível abaixo na hierarquia assim quando ela voltasse  – caso quisesse voltar – teria que ascender novamente. Uma decisão dura que fiz questão de endossar. Nessas horas por mais que ela tenha sido anteriormente uma profissional excepcional; o que contava era seguir a razão e não sentimentalismo nos planos. Nessa hora chamei Charles, o agora ex office boy  –  ele teria sua prova de fogo: Dar para Aline a notícia e passar os detalhes de suas novas funções. Caso ela se demitisse em definitivo estaria tudo bem, pois era algo previsível. Depois dessa reunião um almoço executivo. Nesse momento Micaela liga novamente para confirmar nosso jantar. Poderia inventar uma desculpa qualquer devido o dia estar sendo estressante, mas preferi manter o jantar com ela nos planos daquela noite.

Ao cair da tarde saio de mais um reunião longa e entediante. Horas e horas sentado, a base de cafezinhos, escutando projeções e detalhes sobre hotéis e restaurantes os quais pretendíamos abrir em algumas cidades. Cansado e estressado telefono para Bia saber como ela está. Ela confirma que irá consultar o antigo médico ainda naquela semana e parece tranquila. Após isso seria hora de me encontrar com Micaela e ver até onde ela estaria disposta a ir naquela noite. A encontrei no shopping onde ela trabalha depois de quase uma hora preso no trânsito caótico de São Paulo.
Ao chegar na loja de Micaela ela me recebe com um largo sorriso e aqueles olhos azuis e cabelo caindo no rosto dela era um bom pretexto para começar a quebrar o gelo. Arrumo a franja dela e deslizo a mão naquele rostinho dela. Logo no primeiro toque ela se desmonta e baixa a guarda. Dou-lhe um beijo que logo passa ao nível de beijos mais quentes como se fossemos dois adolescentes movidos por hormônios descontrolados.

Depois dum curto passeio naquele shopping com Micaela já totalmente seduzida, não tinha pressa para mais nada. Perguntei se ela tinha hora para voltar para casa e a resposta foi irônica: “Eu disse para minha mãe que iria ficar nada casa duma amiga esta noite”. Depois do jantar com ela num restaurante discreto e propício para encontros dessa natureza fomos direto para o meu apartamento. No elevador encontramos com a juíza que estava voltando de sua corrida noturna toda suada e com aquele moleton colado no corpo. Se me dessem a opção de levar as duas para cama eu certamente teria uma noite inesquecível, mas como os deuses dos caprichos libidinosos são sábios aquela bela loira de olhos azuis já era um prato cheio devido também ter um corpo esbelto e sede de prazer. No apartamento, coloquei um daqueles discos de música lenta dos tempos da minha mãe e dançamos um pouco após uma taça de vinho. Aquela dança seguida dum longo beijo fez Micaela ceder de vez. A carreguei para o quarto como se fosse uma noiva, despi ela e passamos a noite juntos como se fossêmos dois adolescentes irresponsáveis descobrindo os encantos do sexo. Na manhã seguinte, ela ainda com as roupas da noite anterior foi direto para o trabalho e eu me mandei para a empresa para mais um dia de reuniões intermináveis.    

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