quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Deixa a vida me levar...

No retorno para o Brasil, eu e Anne tivemos oportunidade de consultar um vidente no aeroporto que estava para embarcar no mesmo vôo. O sujeito parecia mais o típico charlatão proxeneta de previsões falidas, não trajava túnica nem turbante, mas sua cabeça leonina lembrava muito Walter Mercado e o sotaque também. No entanto o cara acertou que a Anne possivelmente iria ter um futuro próximo negro no casamento. Quanto a mim as previsões foram mais ou menos, não haveria nem tanta desgraça nem muita felicidade, a coisa tava na média. O que ele não previu foi que teria um ménage à trois naquele final de semana quando fui para Sorocaba para votar nas eleições. Não previu também a semana sexualmente ativa com diversas parceiras e nem mesmo o chilique histérico da Agatha nem o reaparecimento duma priminha em segundo grau um tanto exuberante e provocante, e nem mesmo que iria conhecer um doce de mulher num café da manhã. Não previu que alguns negócios esperados não dariam certo e outros inesperados seriam fechados. Enfim, parecia mais um instituto de pesquisa eleitoral do que vidente.  


Chegando em São Paulo fui direto ao bom velho apartamento quase totalmente sem mobília e sem nada para ser feito por lá. Um quarto montado, uma geladeira e microondas e uma escrivaninha era a fotografia da decoração atual. Mantinha o AP vazio, sem intenção de locá-lo devido sempre estar em Sampa para tratar de um assunto ou outro. Logo que cheguei fiz questão de ficar na banheira por longos minutos numa vibração deixa a vida me lavar. Pensava nas previsões do vidente e sentia saudade dos filhos e imaginava como seria o retorno para Curitiba onde tinha que alinhavar na próxima semana os negócios e inaugurar de vez o novo escritório pra valer. Fiquei lá ensaboado ao sabor duma garrafa de pisco trazido do Peru e dum Delectado 4, ao som dum LP do Pink Floyd tocado na vitrola do quarto num volume. Vez ou outra tocava o celular e quando era alguém que merecia atenção. Duas ligações atendidas no viva voz: Uma da Marie que queria saber se tinha comprado algum souvenir para ela. Depois foi a vez da Eve a minha secretária ser atendida querendo saber de detalhes da viagem e informando que tinha deixado algumas coisas pendentes. Convidei ela para um jantar para assinar a papelada e depois acabei passando as três noites seguintes com ela. Passamos a primeira noite numa típica fantasia secretária chefinho, a qual não irei pormenorizar em detalhes, mas aquela loira sensual e com um corpão era um vulcão em erupção constante e eu um bombeiro sem medo de me queimar. Na segunda e terceira noite entramos na fase do sexo tântrico, pegamos um exemplar com as dicas básicas do negócio e passamos horas e horas naquela brincadeira até o vulcão Eve explodir várias vezes naquela noite.

Essa foi a rotina das noites, durante o dia fui uma vez apenas ao escritório, justamente logo após a primeira noite com Evelin. Para evitar dar na cara, mantive a discrição e evitei a proximidade com ela durante o dia como bem manda o manual dos chefes com amantes secretárias. Passei aquele dia tentando comprar uma fábrica de café, e tudo deu errado, o sujeito com quem negociava além de não ir com a minha cara de longa data, por ser um ex-affair da Valéria depois que me separei dela, era também um coroa avarento que queria vender na prática uma fábrica de ouro em pó, mas não de pó de café.  No dia seguinte não fui sequer trabalhar, logo depois que Eve se mandou, liguei para a nova Bianca e marquei um almoço com ela e passamos a tarde passeando em shoppings comprando roupas, livros, algumas quinquilharias eletrônicas, depois fui cortar o cabelo e ao dentista evitando assim o contato noturno com ela. Na sexta repeti o mesmo esquema, aleguei que iria viajar naquela noite, mas só parti na verdade na manhã seguinte na companhia de Eve que também é natural de Sorocaba e vota lá também.

Chegando no interior o sol batia forte e não estava com a menor vontade de almoçar, estava meio casando ainda das viagens e com a cabeça a mil indo em diversas direções. Fui até a velha casa onde morei na adolescência. Aquela casa tinha sido desocupada pelos inquilinos, estava naquele dia sendo terminada a pintura, passei a tarde ali entre um cochilo e outro num rede consegui tornar aquele lugar vazio num recanto de paz ao som dos pardais e quero-queros. Ao final da tarde consegui organizar um fast-barbacue que tinha mais bebeida do que carne no final das contas para aquela mesma noite. Recebi alguns velhos amigos por ali numa espécie de revival da adolescência quando nos reuníamos para curtir um som, beber, jogar baralho e sinuca e também ficar com alguma garota qualquer sem compromisso. Liguei convidando Juliana e Mônica, as quais tinha reencontrado no primeiro turno em situações diferentes semanas antes. Apostava que apenas uma delas viria, e que seria a Dra Ju, mas para minha surpresa ambas vieram e assim tive que ciceronear ambas deixando a grelha de lado.


O mais interessante é que as duas ao invés de ficarem com ciúme uma da outra ou achar que uma estava sendo mais cortejada que a outra, nada disso aconteceu. Ambas ficaram sempre próximas de mim e conversando numa boa entre uma cerveja e outra e uma caipirinha a mais ambas ficaram altas. Eu estava extasiado com uma Shoshanna Dreyfus de Bastardos Inglórios dum lado e do outro uma Maggie de True Detective o que mais eu poderia querer? Sim que ambas fossem comigo pra cama é claro. E foi isso que os deuses do Olimpo me concederam naquela noite véspera de eleição. Depois de deixar as duas soltinhas com a bebida e notar que a conversa delas era ultra mente aberta comecei a fazer a cabeça de Juliana para inspirar essa idéia na nova amiga, visto que Mônica também tinha um histórico de ser santinha do pau oco e amiga duma série de garotas nos tempos de colégio que eram chegadas numa experiência bissexual. Conhecia bem o passado rock and roll de Juliana que era nossa amiga nos idos tempos dos Berg Bros, já tinha notícia que ela tinha feito um ménage à trois femme com duas garotas naquela fase e Mônica era do tipo certinha que esconde o jogo e viúva pronta para novas aventuras. A combinação era perfeita e o destino como sempre me ajudava a ver a oportunidade e forçar tudo a acontecer sem medo de que a tentativa colocasse tudo por água a abaixo.


Deixei a churrascada e chave da casa com um amigo e saí com as duas para a casa da Juliana que tinha adorado a idéia e convencido Mônica a ir para lá para uma tomar saideira mais privativa. Chegando lá Juliana não perdeu tempo, me mandou preparar uns drinks na copa e lascou um beijo em beijo em Mônica que se assustou de início, porém logo cedeu a tentação e ambas foram ficando nuas depois dum amasso que não rola em novela e ali mesmo no carpete da sala a coisa toda começou a ferver. Enquanto apreciava ambas fazendo amor com um copo de whisky na mão ainda sem participar do evento luxurioso, Eve insistia no celular o qual fazia questão de deixar tocar... No meio da coisa toda elas vieram pra cima de mim que estava sentado no sofá apreciando tudo de camarote até então controlado e aguardado a minha oportunidade... Elas me encheram de beijos praticamente rasgaram minha roupa e tudo parecia um sonho e quando vi ambas estava em cima de mim Juliana me chupava Monica me beijava logo logo penetrava em Mônica que cavalgava em cima de mim enquanto Juliana acariciava os seios dele e lhe beijava o pescoço. Depois que Mônica teve o orgasmo e parou Juliana não quis parar, ficou de quatro e pediu para tudo continuar, comi aquela bucetinha molhada e quente enquanto Mônica se tornava nossa espectadora. Entre um gemido e outro eu não sabia se estava no céu ou vivendo os meus  sonhos eróticos materializados duma forma excepcional. Passamos a noite toda entre beijos, carícias e sexo a três, quando pegamos no sono era quase amanhecer e Mônica deu no pé sem se despedir ou nos despertar. Ela ligou horas depois tanto para mim quanto para Juliana pedindo o óbvio: Manter segredo de tudo sobre aquela noite. Amanheci ao lado de Juliana que estava feliz e com um sorriso lindo no rosto. Ela tomou uma ducha, fez o café e saímos votar juntos. Ninguém na zona eleitoral desconfiaria que a noite anterior tinha sido a melhor eleição da minha vida. Dilma ou Aécio vencendo o que contava era a noite de véspera do segundo turno.

Depois de votar tive que conter a fúria de Eve que tinha me ligado a noite toda. Inventei que tinha ido para o rancho do velho e que lá não tinha sinal e que tinha enchido a cara. Ela acreditou na minha suposta boa fé e tudo ficou bem. Naquela mesma tarde voltamos para Sampa e selamos a paz entre patrão e secretária. Na manhã de segunda, acompanhei o primeiro dia de pregão pós reeleição in loco. Passei a manhã toda num escritório de corretora e tomando informações com analistas de mercado. Repeti o esquema das tardes com Bianca e noites com Evelin e parti na manhã seguinte para o Paraná matar a saudade da família.

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