No retorno para
o Brasil, eu e Anne tivemos oportunidade de consultar um vidente no aeroporto
que estava para embarcar no mesmo vôo. O sujeito parecia mais o típico
charlatão proxeneta de previsões falidas, não trajava túnica nem turbante, mas
sua cabeça leonina lembrava muito Walter Mercado e o sotaque também. No entanto
o cara acertou que a Anne possivelmente iria ter um futuro próximo negro no
casamento. Quanto a mim as previsões foram mais ou menos, não haveria nem tanta
desgraça nem muita felicidade, a coisa tava na média. O que ele não previu foi
que teria um ménage à trois naquele final de semana quando fui para Sorocaba
para votar nas eleições. Não previu também a semana sexualmente ativa com
diversas parceiras e nem mesmo o chilique histérico da Agatha nem o reaparecimento
duma priminha em segundo grau um tanto exuberante e provocante, e nem mesmo que
iria conhecer um doce de mulher num café da manhã. Não previu que alguns
negócios esperados não dariam certo e outros inesperados seriam fechados.
Enfim, parecia mais um instituto de pesquisa eleitoral do que vidente.
Chegando em São
Paulo fui direto ao bom velho apartamento quase totalmente sem mobília e sem
nada para ser feito por lá. Um quarto montado, uma geladeira e microondas e uma
escrivaninha era a fotografia da decoração atual. Mantinha o AP vazio, sem
intenção de locá-lo devido sempre estar em Sampa para tratar de um assunto ou
outro. Logo que cheguei fiz questão de ficar na banheira por longos minutos numa
vibração deixa a vida me lavar. Pensava nas previsões do vidente e sentia
saudade dos filhos e imaginava como seria o retorno para Curitiba onde tinha
que alinhavar na próxima semana os negócios e inaugurar de vez o novo
escritório pra valer. Fiquei lá ensaboado ao sabor duma garrafa de pisco
trazido do Peru e dum Delectado 4, ao som dum LP do Pink Floyd tocado na
vitrola do quarto num volume. Vez ou outra tocava o celular e quando era alguém
que merecia atenção. Duas ligações atendidas no viva voz: Uma da Marie que
queria saber se tinha comprado algum souvenir para ela. Depois foi a vez da Eve
a minha secretária ser atendida querendo saber de detalhes da viagem e
informando que tinha deixado algumas coisas pendentes. Convidei ela para um
jantar para assinar a papelada e depois acabei passando as três noites seguintes
com ela. Passamos a primeira noite numa típica fantasia secretária chefinho, a
qual não irei pormenorizar em detalhes, mas aquela loira sensual e com um
corpão era um vulcão em erupção constante e eu um bombeiro sem medo de me
queimar. Na segunda e terceira noite entramos na fase do sexo tântrico, pegamos
um exemplar com as dicas básicas do negócio e passamos horas e horas naquela
brincadeira até o vulcão Eve explodir várias vezes naquela noite.
Essa foi a
rotina das noites, durante o dia fui uma vez apenas ao escritório, justamente
logo após a primeira noite com Evelin. Para evitar dar na cara, mantive a
discrição e evitei a proximidade com ela durante o dia como bem manda o manual
dos chefes com amantes secretárias. Passei aquele dia tentando comprar uma
fábrica de café, e tudo deu errado, o sujeito com quem negociava além de não ir
com a minha cara de longa data, por ser um ex-affair da Valéria depois que me
separei dela, era também um coroa avarento que queria vender na prática uma
fábrica de ouro em pó, mas não de pó de café.
No dia seguinte não fui sequer trabalhar, logo depois que Eve se mandou,
liguei para a nova Bianca e marquei um almoço com ela e passamos a tarde
passeando em shoppings comprando roupas, livros, algumas quinquilharias
eletrônicas, depois fui cortar o cabelo e ao dentista evitando assim o contato
noturno com ela. Na sexta repeti o mesmo esquema, aleguei que iria viajar naquela
noite, mas só parti na verdade na manhã seguinte na companhia de Eve que também
é natural de Sorocaba e vota lá também.
Chegando no
interior o sol batia forte e não estava com a menor vontade de almoçar, estava
meio casando ainda das viagens e com a cabeça a mil indo em diversas direções.
Fui até a velha casa onde morei na adolescência. Aquela casa tinha sido
desocupada pelos inquilinos, estava naquele dia sendo terminada a pintura, passei
a tarde ali entre um cochilo e outro num rede consegui tornar aquele lugar
vazio num recanto de paz ao som dos pardais e quero-queros. Ao final da tarde
consegui organizar um fast-barbacue que tinha mais bebeida do que carne no
final das contas para aquela mesma noite. Recebi alguns velhos amigos por ali
numa espécie de revival da adolescência quando nos reuníamos para curtir um
som, beber, jogar baralho e sinuca e também ficar com alguma garota qualquer
sem compromisso. Liguei convidando Juliana e Mônica, as quais tinha
reencontrado no primeiro turno em situações diferentes semanas antes. Apostava
que apenas uma delas viria, e que seria a Dra Ju, mas para minha surpresa ambas
vieram e assim tive que ciceronear ambas deixando a grelha de lado.
O mais
interessante é que as duas ao invés de ficarem com ciúme uma da outra ou achar
que uma estava sendo mais cortejada que a outra, nada disso aconteceu. Ambas
ficaram sempre próximas de mim e conversando numa boa entre uma cerveja e outra
e uma caipirinha a mais ambas ficaram altas. Eu estava extasiado com uma
Shoshanna Dreyfus de Bastardos Inglórios dum lado e do outro uma Maggie de True
Detective o que mais eu poderia querer? Sim que ambas fossem comigo pra cama é
claro. E foi isso que os deuses do Olimpo me concederam naquela noite véspera
de eleição. Depois de deixar as duas soltinhas com a bebida e notar que a
conversa delas era ultra mente aberta comecei a fazer a cabeça de Juliana para
inspirar essa idéia na nova amiga, visto que Mônica também tinha um histórico
de ser santinha do pau oco e amiga duma série de garotas nos tempos de colégio
que eram chegadas numa experiência bissexual. Conhecia bem o passado rock and
roll de Juliana que era nossa amiga nos idos tempos dos Berg Bros, já tinha
notícia que ela tinha feito um ménage à trois femme com duas garotas naquela
fase e Mônica era do tipo certinha que esconde o jogo e viúva pronta para novas
aventuras. A combinação era perfeita e o destino como sempre me ajudava a ver a
oportunidade e forçar tudo a acontecer sem medo de que a tentativa colocasse
tudo por água a abaixo.
Deixei a
churrascada e chave da casa com um amigo e saí com as duas para a casa da
Juliana que tinha adorado a idéia e convencido Mônica a ir para lá para uma
tomar saideira mais privativa. Chegando lá Juliana não perdeu tempo, me mandou
preparar uns drinks na copa e lascou um beijo em beijo em Mônica que se
assustou de início, porém logo cedeu a tentação e ambas foram ficando nuas
depois dum amasso que não rola em novela e ali mesmo no carpete da sala a coisa
toda começou a ferver. Enquanto apreciava ambas fazendo amor com um copo de
whisky na mão ainda sem participar do evento luxurioso, Eve insistia no celular
o qual fazia questão de deixar tocar... No meio da coisa toda elas vieram pra
cima de mim que estava sentado no sofá apreciando tudo de camarote até então
controlado e aguardado a minha oportunidade... Elas me encheram de beijos
praticamente rasgaram minha roupa e tudo parecia um sonho e quando vi ambas
estava em cima de mim Juliana me chupava Monica me beijava logo logo penetrava
em Mônica que cavalgava em cima de mim enquanto Juliana acariciava os seios dele
e lhe beijava o pescoço. Depois que Mônica teve o orgasmo e parou Juliana não
quis parar, ficou de quatro e pediu para tudo continuar, comi aquela bucetinha molhada
e quente enquanto Mônica se tornava nossa espectadora. Entre um gemido e outro
eu não sabia se estava no céu ou vivendo os meus sonhos eróticos materializados duma forma
excepcional. Passamos a noite toda entre beijos, carícias e sexo a três, quando
pegamos no sono era quase amanhecer e Mônica deu no pé sem se despedir ou nos
despertar. Ela ligou horas depois tanto para mim quanto para Juliana pedindo o
óbvio: Manter segredo de tudo sobre aquela noite. Amanheci ao lado de Juliana
que estava feliz e com um sorriso lindo no rosto. Ela tomou uma ducha, fez o
café e saímos votar juntos. Ninguém na zona eleitoral desconfiaria que a noite
anterior tinha sido a melhor eleição da minha vida. Dilma ou Aécio vencendo o
que contava era a noite de véspera do segundo turno.
Depois de votar
tive que conter a fúria de Eve que tinha me ligado a noite toda. Inventei que
tinha ido para o rancho do velho e que lá não tinha sinal e que tinha enchido a
cara. Ela acreditou na minha suposta boa fé e tudo ficou bem. Naquela mesma
tarde voltamos para Sampa e selamos a paz entre patrão e secretária. Na manhã
de segunda, acompanhei o primeiro dia de pregão pós reeleição in loco. Passei a
manhã toda num escritório de corretora e tomando informações com analistas de
mercado. Repeti o esquema das tardes com Bianca e noites com Evelin e parti na
manhã seguinte para o Paraná matar a saudade da família.
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